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Endividamento: Planeje Antes de Assumir!

As vendas caem, a evolução dos equipamentos exige substituição, a redução da mão de obra é cara, é preciso investir em marketing… tudo demanda capital, recurso escasso, especialmente na atual crise. É hora de pensar no endividamento.

As vendas caem, a evolução dos equipamentos exige substituição, a redução da mão de obra é cara, é preciso investir em marketing… tudo demanda capital, recurso escasso, especialmente na atual crise. É hora de pensar no endividamento.

A última crise financeira e econômica que teve início nos Estados Unidos – tudo começou com as quebradeiras das instituições financeiras devido ao crédito fácil disponibilizado aos clientes – que foi tratada como uma “marolinha”, infelizmente trouxe muitos estragos.

Incontáveis empresas fecharam as portas e número maior ainda reduziu significativamente a produção dada a falta de vendas, fazendo com que milhares de brasileiros perdessem seus empregos e, pior ainda, não conseguissem novas colocações, piorando e aumentando a crise. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), no primeiro trimestre deste ano o número de desempregados no Brasil soma 13,7 milhões de pessoas.

O endividamento, ou seja, a busca de empréstimos para capital de giro ou financiamento de máquinas, equipamentos para diversas atividades, prática usual e relativamente fácil até algum tempo atrás, tornou-se tarefa difícil, pois o dinheiro sumiu e o temor por parte das instituições financeiras de perder aumentou, pois bancos considerados gigantes e inquebráveis sucumbiram. O principal e primeiro foi o Lehman Brothers, que deu início à maior crise economia mundial depois de 1929, segundo os economistas.

Agora, mais do que nunca, é imprescindível muita habilidade para planejar o endividamento por dois principais motivos: primeiro porque são necessários boa razão e planejamento para convencer os bancos a emprestar; e, segundo, para impedir a protelação e aumento daquilo que, talvez, já não tem mais jeito. Na análise do projeto de investimento é preciso ter a certeza de que tais recursos não irão piorar o que já está ruim.

Das instituições financeiras passíveis de empréstimo de recursos, aquelas controladas pelos governos federal e estadual geralmente possuem taxas melhores e prazo dilatado para projetos de médio ou longo prazo. Quem pensa em se endividar não deve, desesperadamente, buscar o primeiro dinheiro que surge. Endividamentos no cartão de crédito e cheque especial são remédios vencidos que matam mais rapidamente.

O projeto não deve ser feito apenas para convencer o banco a emprestar o dinheiro, mas para convencer o empresário de que a contratação dos recursos é viável, trará aumento de vendas e produção com lucratividade. Se for para arcar compromissos já assumidos, deve-se analisar de onde sairá a verba para assumir as parcelas. Portanto, a contratação de um profissional qualificado é como o médico no qual se confia para fazer uma cirurgia de risco: precisa ser bom.

Nem sempre a melhor solução é o endividamento. Assim como você eu também conheço empresários ricos com empresas pobres porque descapitalizaram a empresa para formar patrimônio pessoal (caros, casas, sítios, fazendas etc.) e no momento de dificuldades não admitiram dispor de parte do capital acumulado para permitir à empresa perpetuar-se. Preferem assumir altos custos com empréstimos e correr o risco de perder, no futuro, todo o patrimônio.

A captação dos recursos de terceiros está longe de ser ruim ou indesejada, mas é fundamental ser equilibrada. Analise com profundidade cada novo pedido de recurso. Chamo a atenção para alguns aspectos imprescindíveis antes de decidir pela captação de empréstimos e/ou financiamentos:

  • O lucro a ser gerado é maior do que os juros contratados?
  • A carência de pagamento é suficiente?
  • O lucro e o caixa gerados por esse novo investimento serão suficientes para pagar as parcelas? (se insuficiente, o que é mais comum no início, deve-se antecipadamente estudar de onde virá a complementação);
  • Há mercado consumidor para a alta produção a ser gerada pelo investimento? A empresa conseguirá vender?

A recuperação judicial (antiga concordata) ou a falência são ferramentas às quais nenhum empresário deseja recorrer quando está iniciando o empreendimento e mesmo aqueles que as utilizam como estratégia para enriquecer envergonham-se quando precisam encarar os amigos. A melhor atitude é a boa administração, o que se consegue com a assessoria de profissionais capacitados.

O contador geralmente é o profissional mais qualificado e com custo/benefício bastante interessante, embora alguns empresários prefiram explorá-lo mais e mais, de forma a não tê-lo por perto para obter sua expertise. Consulte o seu contador e planeje os seus negócios, inclusive o endividamento, se necessário.