O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, destacou nesta segunda-feira (19/03), em entrevista à Rádio CBN, a relevância do projeto que trata da reoneração da folha de pagamento das empresas como fonte de recursos para projetos prioritários, inclusive para a segurança do Rio de Janeiro.
Meirelles, que se encontra em Buenos Aires, onde participa do encontro do G-20, fez esta afirmação no contexto das informações de que o governo estuda a liberação de crédito específico para a intervenção federal no Rio de Janeiro, conforme disse ontem o ministro do Planejamento, Dyogo Oliveira, após sair de uma reunião com o presidente Michel Temer e outros cinco ministros.
Para Alencar Burti, presidente da Associação Comercial de São Paulo, a medida seria prematura.
"A desoneração ocorreu num momento em que a recessão atingia fortemente o País. Portanto, seus efeitos foram eclipsados pela crise", disse Burti, também presidente da Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo (Facesp). "Somente agora, com a retomada da economia, é que poderemos ter um real entendimento de como a desoneração irá beneficiar as empresas na geração de empregos."
O empresário recomenda que o governo deixe a reoneração de lado, pelo menos por enquanto. "É preciso conquistar a confiança de todos e não complicar a situação para quem pode de fato colaborar com a retomada do crescimento econômico”.
Ainda de acordo com Burti, “mais do que propor a reoneração da folha de salários, o governo deveria persistir no controle de gastos e não deveria usar a intervenção federal ? um tema tão delicado à sociedade ? para justificar a reoneração”.